sexta-feira, 19 de junho de 2009

Formoso




“... Até o ar aqui é próprio; não vibram nele fonfons de auto, nem cornetas de bicicletas, nem pregões de italianos, nem tem-tens de sorveteiros, nem plás-plás de mascates sírios. Só os velhos sons coloniais – o sino, o chilreio das andorinhas na torre da igreja, o rechino dos carros de boi, o cincerro de tropas raras, o taralhar das baitacas que em bando rumoroso cruzam e recruzam o céu.” (Monteiro Lobato, Cidades Mortas, 1906)











A caminho das cachoeiras





Vista para a Pedra Redonda





Praça Antônio Prado Júnior





Um pitoresco vilarejo encravado no Vale do Formoso, entre a Serra da Bocaina e a Serra de Formoso. Exemplo típico daqueles lugares únicos em que tudo parece ter parado no tempo.






“... A folhinha inventou-a algum boticário do interior para uso de sua cidade-aldeia, onde correm os dias tão iguais e parecidos que só por meio dela podemos distinguir uma segunda duma terça ou quarta-feira...”.
(A Folhinha, Monteiro Lobato, Cidades Mortas)








Nossa História


O Hotel Fazenda Clube dos 200 foi inaugurado em 24 de março de 1928, dez dias antes da inauguração da antiga estrada Rio - São Paulo, hoje Rodovia dos Tropeiros (SP-68). Esse hotel marca, portanto, o início da Era Rodoviária do país.

A construção foi encomendada pelo Presidente da República Washington Luis e seus 199 sócios, daí o nome “Club dos 200”.

Projetado pelo engenheiro Samuel Ribeiro (então presidente da Caixa Econômica Federal) e arquitetado por Alexandre Albuquerque (que realizou obras importantes como a Catedral da Praça da Sé de São Paulo), o Hotel Fazenda Clube dos 200 exibe características das construções coloniais espanholas, com um pátio interno central, arcos nas entradas, pisos hidráulicos, colunas expostas com capitéis jônicos e dóricos e esquadrias, portas e janelas detalhadas com tramas de madeira preta para controle da exposição solar no interior do casarão.

Várias são as teses e histórias que tentam desvendar o verdadeiro motivo da construção do “Club dos 200”. Alguns historiadores defendem a versão Política: Para driblar as imprensas paulistas, cariocas e mineiras, homens de negócios e políticos de renome, como o presidente Getúlio Vargas, serviam-se do Clube dos 200 para reuniões importantes.

Para conferir, basta ler o livro de hóspedes. Em 1929 lá esteve hospedado o General Rondon. Em 1930, sediou o quartel general das forças armadas revolucionárias gaúchas comandadas por Dalton Coelho que, na parte reservada às profissões escreveu: “revolucionário”. Em 1931, por lá pernoitou a caravana “álcool-motor”. Em 1933, esteve lá hospedado o então tenente Geisel, mais tarde presidente da República. Getúlio Vargas, ministros e embaixadores transformaram o hotel no ponto preferido de descanso em uma viagem entre Rio e São Paulo, inclusive o governador do extinto estado da Guanabara, jornalista Carlos Lacerda. Além de políticos o hotel hospedou figuras ilustres como Tarsila do Amaral, Carmem Miranda, Rita Hayworth, entre outros.

Em 1934 o Automóvel Club do Brasil assumiu o hotel que seria de grande utilidade aos seus associados, pois estes poderiam usufruir de uma hospedagem requintada na Rodovia Rio - São Paulo.
Somente a partir de 1953 o Clube dos 200 abriu suas portas a não-sócios, considerados hóspedes comuns.
Hoje, após uma grande destruição sofrida e permanecer fechado durante 7 longos anos, o Hotel Fazenda Clube dos 200 foi todo restaurado mantendo suas características originais e o charme de outras décadas.