sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Crônica de uma cansativa tarde de política

Chegará o dia
em que candidatos a cargos públicos não mais precisarão estuprar os ouvidos de seus eleitores com insistentes propagandas ruidosas e barulhentos carros de som, pois seus nomes e feitos serão já tão conhecidos e acreditados que tornarão esta abominável prática desnecessária.
Chegará o dia
que não mais fogos de artifícios subirão aos céus em vão, perturbando o silêncio e quebrando a santa paz bucólica de uma tarde, espantando e afugentando inocentes animais irracionais e racionais com esse barulho repugnante e dispensável.
Chegará o dia
em que a paisagem do campo permanecerá intocada e serena como outrora, sem o dispêndio da poluição visual de máscaras e rostos (des) conhecidos, que não precisarão mais de cartazes ou faixas que tanto empobrecem e enfeiam nossos caminhos.
Que saudades dos Tempos medievais.
onde as eleições de nossos edis vereadores eram feitas através dos "pelouros da vereança". Os pelouros eram bolas de cera dentro das quais colocavam-se os papéis com os nomes dos candidatos à vereança. As bolas de cera eram colocadas dentro de uma espécie de caixa de madeira e daí sorteada uma que escolheria o vencedor do cargo. Estes tinham que ser os chamados "homens bons" . Mesmo porque os vereadores não recebiam qualquer remuneração por seu trabalho. Considerando-se que eram pessoas abastadas, poderiam  trabalhar pelo bem público sem usufruir do cargo qualquer pagamento em espécie, comportamento absolutamente distante de nossos atuais magistrados e candidatos.
E o que dizer da sujeira que se acumula nas ruas? Sonho com menos "santinhos" voando aos ventos pelos coretos e calçadas, deteriorando-se nos quintais, expostos e explícitos nas praças...
Serão estes, tempos de mais árvores, e menos papel! mais silêncio, e menos fofocas; mais verdades, e menos mentiras; mais empenho, e menos promessas; mais clareza, e menos sujeira; prática esta, que a máxima se estenderá ao futuro ofício.
E assim senhoras e senhores, em tempos onde "Less will be more", creio eu, na esperança que meu voto será então válido, e que estarei de fato, apoiando as verdadeiras práticas e intenções do tão sonhado compromisso com o "bem estar público".
Chegará o dia...

C. Lauro Maia Cavalcanti
Cidadão Apolítico??