quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Projeto Sesmaria - " O lugar onde eu moro"

O lugar onde moro”

Um novo grupo de 20 pessoas, mas com alguns participantes da reunião anterior, também reuniu-se no final do dia, na Escola Municipal de Educação Infantil Matheus Andrade, ao lado da Praça de Formoso. O método utilizado para esse encontro foi a elaboração coletiva de um mapa que represente a visualização espacial da bacia hidrográfica, segundo o olhar dos moradores presentes.
Após esclarecer o significado de bacia hidrográfica, o agrônomo Marcos Jota iniciou o desenho do mapa na grande folha estendida no piso da creche e logo em seguida os participantes deram continuidade ao desenho. Na medida em que os rios da região foram desenhados outros elementos iam sendo incluídos no mapa: nascentes, cachoeiras, matas, fazendas, pontes e outras referências.
A necessidade de resgatar a produção rural foi tema de discussão, tendo como estímulo informação adicional sobre a nova lei que obriga a compra de pelo menos 30% dos alimentos de merenda escolar na agricultura familiar da própria região. A perspectiva de asfaltamento da RJ-161 também foi mencionada como fator que poderá aquecer a economia, mas que também demandará preparo adequado e prestação de serviços diferenciados e típicos da cultura local para propiciar um turismo de qualidade. A importância da informação e do apoio técnico ao produtor rural também foi muito lembrada.
Ao final, a equipe do projeto informou que em breve será iniciado o processo de seleção de áreas para reflorestamento, totalizando quatro hectares, além do planejamento conservacionista de duas propriedades.
A Semana de Mobilização prossegue até dia 18, conforme programação completa disponível em http://crescentefertil.org.br/projetoriosesmaria/site/index.php/equipe-do-projeto-inicia-distribuicao-de-convites-para-a-semana-de-mobilizacao/


Moradores de Formoso constroem a "Linha do tempo"

Moradores de Formoso, em São José do Barreiro, se reuniram ontem (16/10) à tarde no Hotel Fazenda Clube dos 200 para um exercício de história oral da região. A dinâmica possibilitou a construção coletiva de um painel com a representação gráfica dos fatos mais marcantes desde 1885, nos tempos da Fazenda Formoso.

Alguns depoimentos dos moradores mais antigos presentes traduzem especialmente bem a cultura rural e confirmam as teses de mudança do clima e da redução do volume de água de rios e nascentes: “Antigamente tinha a natureza do tempo, seca no tempo do frio e chuva no tempo do calor, mas agora a gente sente o sol muito mais quente do que há um tempo atrás. E no tempo do calor não chove. Antes, a partir de setembro chovia todo dia. Agora chove muito menos. Mas o turma de hoje não aguenta trabalhar no sol como “nós” aguentava. Peixe, não tem mais nada. Hoje, das árvores antigas só acha canjarana, cedro, ipê… Canela parda, nem preta, não tem mais não… Agora as matas estão voltando mas a água tá secando. Pode ser a braquiária porque ela seca a terra, onde tem brejo e se planta braquiária, o brejo acaba. Bambu também seca a terra“.

A menor disponibilidade de mão de obra foi citada como dificultador das atividades locais, uma vez que muitos moradores tem ido trabalhar em Resende e outras cidades do Vale do Paraíba.
Os depoimentos e eventos marcantes ocorridos ao longo do tempo, lembrados pelos participantes, foram registrados pela equipe de sistematização do projeto a fim de integrar o diagnóstico e subsidiar a elaboração de diretrizes para a melhoria das condições ambientais da bacia hidrográfica.